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Opção de entrada, Volkswagen Gol 1.0 Trendline 2p incomoda nos detalhes; confira o teste!

Testamos o Gol 1.0 Trendline de duas portas, que mostrou manejo ruim durante o período de avaliação. Versão de entrada surpreende com bom conteúdo, mas também peca em aspectos básicos

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Opção de entrada, Volkswagen Gol 1.0 Trendline 2p incomoda nos detalhes; confira o teste!
Opção de entrada, Volkswagen Gol 1.0 Trendline 2p incomoda nos detalhes; confira o teste! Foto: Opção de entrada, Volkswagen Gol 1.0 Trendline 2p incomoda nos detalhes; confira o teste!

Mesmo entre os modelos de entrada, atualmente a Volkswagen é a única fabricante que vende veículos de duas portas, casos do up! e do Gol. Para relatar a experiência de uso de um carro “pé de boi”, com poucos acessórios, testamos o Gol 1.0 na versão de entrada Trendline de duas portas, com preço inicial de R$ 35.960. Além de frotistas, esta seria uma opção de veículo para alguém que procura por um carro novo e relativamente barato, mas que seja de uma marca tradicional, com uma boa rede de manutenção, em vez de se “aventurar” com modelos da mesma faixa de preço, porém mais equipados e com uma rede pequena.

Os primeiros contatos com o veículo já são “chocantes”. Para destravar a porta é preciso usar a chave mesmo, em vez de usar o controle remoto, que além de prático é mais seguro, já que você fica menos tempo na rua. O porta-malas também não tem maçaneta, e só pode ser aberto com a chave, tornando obrigatório desligar o carro e retirá-la sempre que for necessário acessar o compartimento quando o carro já está em uso. O segundo choque é quando o motorista assenta no banco, que é baixo e desconfortável, o que pode ser amenizado pelo ajuste de altura do assento, que atualmente é item de série, mas que no caso do Gol é daquele tipo ruim que quando é regulado para cima, vai também para frente. E quando é ajustado para baixo, vai também para trás. A regulagem dos retrovisores externos também é manual.

A coisa melhora quando você olha para o belo painel que o modelo ganhou na última reestilização, lançada no início do ano. O acabamento é condizente com sua proposta econômica, usando muito plástico, o que é amenizado com o emprego de tecido nos painéis das portas. Já a montagem é frágil. A unidade testada estava com acabamentos do banco do passageiro e da alavanca do freio de estacionamento soltando. Se o novo painel agradou a todos, o mesmo não se pode dizer das linhas do segundo facelift dessa terceira geração do Gol, que não agradaram a todos, como a do Gol G5, de 2008, que foi uma unanimidade.

Terceira geração do modelo foi reestilizada pela segunda vez no início deste ano, mas as mudanças não agradaram a todos que já o admiravam

DUAS PORTAS O manejo de um veículo de duas portas é bastante diferente para quem já se acostumou com a praticidade de um com quatro portas. E os bancos da frente do Gol não ajudam em nada, já que seu rebatimento obriga a fazer dois movimentos: primeiro chegar o assento para frente (o que exige esforço e não é nada ergonômico) e depois rebater o encosto. Alguns veículos de duas portas já trouxeram bancos dianteiros que facilitavam seu rebatimento, onde bastava um movimento para mover o assento e o encosto. No caso do Gol, mesmo rebatendo o banco, o espaço para entrar e sair é pequeno, exigindo esforço do passageiro, principalmente para aqueles que têm mobilidade reduzida. Um carro de duas portas também não é uma boa pedida para quem tem crianças novas, já que instalar os assentos infantis e prender os pequenos ali pode arruinar sua coluna vertebral. Outro aspecto a se pensar antes de comprar um veículo de duas portas é que seu valor de revenda reduz bastante, já que ele perde liquidez.

O novo painel tem como acessório um suporte para o smartphone

RODANDO O motor 1.0 de três cilindros casa bem com a proposta urbana do Gol. Com um ou dois ocupantes e um relevo suave, o compacto desenvolve com facilidade. Mas para fazer ultrapassagens e retomadas é necessário subir o giro. Quando o carro está pesado ou em aclives acentuados, o motor exige o uso das primeiras marchas e rotações mais elevadas. O câmbio de cinco marchas tem as duas primeiras mais reduzidas e as demais para desenvolver o veículo. Os engates são curtos e precisos. As suspensões garantem boa estabilidade e são um pouco mais duras.

Motor 1.0 de três cilindros tem sistema que dispensa tanquinho de partida a frio

CONTEÚDO Uma olhada no pacote de itens de série do modelo também revela que ele não é tão “pé de boi” assim. Além de airbags frontais e freios ABS, que são obrigatórios, alguns itens se destacam: direção hidráulica, vidros elétricos tipo “um toque” e limpador e desembaçador do vidro traseiro. O painel de instrumentos traz conta-giros, item essencial que é omitido na versão de entrada do up.! Mas alguns itens ficaram de fora, como o computador de bordo e a segurança básica do banco traseiro, que são o apoio de cabeça e o cinto de segurança de três pontos para o passageiro central.

A unidade testada tinha opcionais que não condizem muito com a realidade de uma pessoa que está comprando um carro de duas portas para economizar os R$ 1.990 cobrados pelas portas traseiras. É o caso da pintura metálica, por R$ 1.410, e o sistema multimídia, que custa R$ 1.892, num pacote que ainda traz o suporte para celular e os alto-falantes. O carro avaliado também estava equipado com ar-condicionado, por mais R$ 2.940, que sempre avaliamos como um item essencial de conforto, mas também de segurança, por permitir rodar em locais perigosos com os vidros fechados.

Acabamento da alavanca do freio de mão estava se soltando

FICHA TÉCNICA

» MOTOR
Dianteiro, transversal, de três cilindros em linha, 999cm³ de cilindrada, 12 válvulas, com potências máximas de 75cv (gasolina) e 82cv (etanol) a 6.250rpm e torques de 9,7kgfm (g) e 10,4kgfm (e) de 3.000rpm a 3.800rpm

» TRANSMISSÃO
Tração dianteira, câmbio manual de cinco marchas

» SUSPENSÃO/RODAS/PNEUS
Dianteira, independente, McPherson e barra estabilizadora; traseira, interdependente; 5x14 em aço; 175/70 R14

» DIREÇÃO
Tipo pinhão e cremalheira, com assistência hidráulica

» FREIOS
Discos ventilados na dianteira e tambores na traseira

» CAPACIDADES
Peso, 901kg; porta-malas, 285 litros;
tanque, 55 litros; de carga (passageiros e bagagem), 509kg

O frágil acabamento plástico do banco do passageiro estava solto

» DIMENSÕES
3,90m de comprimento, 1,65m de largura, 1,46m de altura e 2,46m de entre-eixos

» DESEMPENHO
Velocidade máxima, 168km/h (g) e 170km/l (e); Aceleração até 100 km/h, 12,6 segundos (g) e 12,3 segundos (e

» CONSUMO
Cidade, 12,9km/l (g) e 8,8km/l (e); estrada, 14,5km/l (g)/10,5km/l (e)

Banco traseiro não tem apoio de cabeça e cinto de três pontos no centro