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Novo Ford Ka 1.6 - Mudança radical

Novo Ford Ka não lembra em nada seu antecessor no visual, mas mantém imagem de urbano prático

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Quando o Ford Ka foi lançado no Brasil, em 1997, impressionou, por introduzir design diferente de tudo que existia na época. Suas linhas ousadas dividiram opiniões, mas não havia como contestar o estilo inovador. Dez anos depois, a Ford resolveu radicalizar na reestilização do compacto, que chega ao mercado em fevereiro, completamente modificado.

O hatch de duas portas ficou moderno, mas não impressiona mais. Pode ser confundido com modelos de outras marcas. O conjunto mecânico é basicamente o mesmo, sendo que o motor 1.6 proporciona excelente desempenho e a suspensão privilegia a estabilidade. Mas o acabamento interno perdeu em qualidade, aumentando os ruídos.

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Espaço
O Ford Ka lançado em 1997 tinha uma frente ousada para a época e uma traseira mal resolvida, principal ponto atacado por seus críticos. Agora, o novo Ka chega obedecendo à 'nova linguagem de design da Ford', denominada Kinetic, que procura valorizar o movimento e dinamismo das linhas. Sua frente tem algo que lembra o Fiesta, como os faróis com formas triangulares e ângulos retos. A grade de barras paralelas, pintadas na mesma cor da carroceria, se funde com o pára-choque, que tem ampla abertura na parte inferior, deixando o radiador exposto e sujeito a danos. Deveria ter tela protetora. As laterais têm molduras salientes nas caixas de rodas, além de vincos e frisos pintados. Na traseira de desenho recortado, lanternas invadindo as laterais, dando-lhe aspecto mais robusto. O conjunto ficou mais equilibrado e, apesar de não ser tão ousado, é moderno e agrada.

Espaço
O Ka reestilizado continua com a mesma proposta de carro urbano compacto. O espaço interno não é seu forte, principalmente no banco traseiro, bem apertado. Mas o modelo é homologado para cinco ocupantes e tem cinto de segurança central abdominal, sugerindo que ali cabem três pessoas. O porta-malas pequeno é compatível com o tamanho do carro e segmento. A tampa do porta-malas tem uma alça de plástico interna, para ajudar no fechamento. O estepe continua em posição ruim de ser manuseado (sob o porta-malas) e fácil de ser furtado.

Traseira tem desenho agradável, mais compatível com a frente do hatch compacto


Interior
As portas grandes foram mantidas, para facilitar o acesso ao interior do carro, que teve uma baixa: o acabamento piorou. O plástico usado passa a impressão de ser de qualidade inferior, e a montagem dos componentes não é boa. Nas laterais do banco traseiro, existem painéis de plástico que funcionam como verdadeiras fontes de ruídos, presentes também em outros pontos do interior do compacto. O novo Ka ganhou alguns porta-trecos e porta-luvas com tampa, o que o modelo anterior não tinha. O painel tem desenho-padrão. Não tem mais o charmoso relógio analógico no centro, mas os instrumentos de fundo preto são de fácil visualização. Há um pequeno visor digital com hodômetro e relógio. Falta também o marcador de temperatura do motor: só tem a luz que indica o superaquecimento.

Dirigindo
O volante tem aro muito fino e o sistema de direção bate muito, quando se trafega sobre pisos irregulares. Tem bom diâmetro de giro e assistência hidráulica bem calibrada, proporcionando agilidade em manobras e segurança em velocidades mais altas. É um compacto que deixa o motorista empolgado, pois desenvolve bem e transmite a sensação de segurança quando se dirige esportivamente. O motor 1.6 flex apresenta bom desempenho com álcool ou gasolina, com arrancadas rápidas e retomadas seguras. O veículo é nervoso e faz-se necessário controlar os ânimos, pois a impressão que se tem é que sobra potência para o tamanho do carro. Mas o propulsor tem funcionamento áspero em altas rotações, e o consumo de combustível não é dos mais baixos.

Bom de curva
A transmissão, com relações de marchas bem escalonadas, faz com que o carro fique ainda mais esperto, com melhor aproveitamento da força do motor. Os engates do câmbio são macios e precisos. As suspensões foram ajustadas para proporcionar total estabilidade ao hatch compacto, que faz curvas com desenvoltura, mas transferem as imperfeições do solo para o interior do carro. O sistema de freios atuou de forma eficiente, sem desvio de trajetória, em frenagens mais bruscas.

Leia mais e assista ao teste do Ka 1.6 no Veja Também, no canto superior direito desta página. Aproveite e confira o teste do Ka 1.0 e o comparativo entre Ka e Celta.