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Fusion - Seis para as quatro

Reestilização deixou o sedã mexicano com aparência esportiva e cara de carro da Ford. Versão com motor V6 tem tração integral e muita tecnologia de conforto e segurança

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Quando o Fusion desembarcou no Brasil, em 2006, suas linhas claramente inspiradas nos grandes sedãs americanos deixavam o carro com cara de "Tiozão". Mesmo assim, como o modelo agradava pela sua relação custo/benefício, pois é fabricado no México e chega ao mercado brasileiro sem impostos e com preço bastante atraente, fez muito sucesso aqui. Mas, como a concorrência no segmento dos sedãs médios e médios-grandes é bem acirrada no mercado brasileiro, a Ford resolveu mudar o visual do carro, deixando-o com aparência mais jovem e imponente. Além da reestilização, o sedã ganhou uma versão com motor V6, que tem ampla lista de itens de conforto e uma novidade bem interessante para um carro dessa categoria: a tração integral.

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Edge

Além da modernidade e do rejuvenescimento, a mudança visual também teve como objetivo reforçar o DNA da marca. As alterações na frente, por exemplo, foram claramente inspiradas no crossover Edge e no estilo Knetic dos modelos europeus (Focus, Fiesta, entre outros), com barras cromadas mais largas; faróis mais espichados, com refletores circulares e retangulares; e faróis de neblina incrustados bem nas extremidades do spoiler. Problemas: a nova grade reduziu a refrigeração e obrigou os engenheiros a limitarem a velocidade máxima em 180km/h (muitos acham pouco para um V6, mas, se considerarmos o estado das estradas brasileiras, é até elevada demais); e a nova frente é muito baixa, raspando facilmente em qualquer entrada e saída de rampa.

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Mesmo perfil

De lado, o Fusion parece o mesmo, exceto pelas bonitas rodas de liga leve (com raios duplos e vazados) de 17 polegadas, que seguem o mesmo padrão esportivo da frente. Mas o perfil baixo dos pneus (225/50 R17) não combina com o péssimo estado de nossas estradas. A abertura das portas por teclas permanece. Na traseira, destacam-se as lanternas, que continuam com o formato triangular, mas perderam a aparência tuning do modelo anterior e ganharam lente do tipo colmeia, imitando luzes de LED. Sensores nos para-choques ajudam o motorista nas manobras em marcha a ré, pois a visibilidade traseira de sedã é bem limitada. Também merece elogio a terceira luz de freio, posicionada num local bem visível para o motorista de trás: no alto da tampa do porta-malas.

Mordomias

O interior do Fusion é moderno e agradável, com espaço de sobra para quatro adultos, independentemente da estatura. O conforto é limitado a quatro, pois quem senta no meio é incomodado pelo apoia-braço embutido no encosto, pelo túnel central e pelo prolongamento do console. O porta-malas também é show tanto em espaço como em forração e tem até sistema de destravamento interno da tampa, muito útil em caso de sequestro.

Tecnologia

O painel é bonito e tem iluminação tridimensional. O motorista pode escolher a cor da iluminação de alguns pontos do habitáculo. Destaque para o bom acabamento interno, com revestimento em couro nos bancos, apoio de braço das portas e volante; para o pacote de segurança, que inclui seis airbags, monitoramento da pressão dos pneus e controles de tração e estabilidade; e para o fantástico sistema Sync, de mídia e entretenimento (DVD, CD da Sony com MP3 com conexão para iPod, USB e Bluetooth, com tela do tipo touch screen), desenvolvido em conjunto com a Microsoft, com capacidade de armazenar até 10Gb de músicas e imagens. Pena que o sistema de navegação ainda não funcione no Brasil. A Ford diz que é apenas um "problema técnico" e os concessionários relatam que a "questão está sendo solucionada pela empresa que desenvolve o software". Nada justifica o atraso.

Prazer

Os 243cv do motor V6 3.0 são mais do que suficientes para dar ao sedã desempenho esportivo (embora a velocidade máxima esteja limitada em 180km/h, o carro acelera até 100km/h em 8,5 segundos) e o câmbio automático de seis marchas realiza as mudanças com suavidade e permite trocas manuais com bastante rapidez e eficiência. A direção elétrica é bem calibrada, tanto na leveza em manobras quanto na firmeza em altas velocidades. Apesar de bastante barulhenta, a suspensão tem bom equilíbrio entre conforto e estabilidade, que já é acentuada pela tração nas quatro. Em suma, o Fusion V6 é um carro que dá prazer em dirigir, embora tenha dimensões um pouco exageradas para o limitado espaço dos grandes centros.

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