A notícia de que havia, para nossa avaliação, uma versão do 500 preparada pela Abarth, marca que já tem mais de 60 anos de experiência em competições e preparações de esportivos (foi fundada por Carlo Abarth, em 1949, e atualmente pertence ao Grupo Fiat), me deixou entusiasmado. Ao olhar para o carrinho, fiquei um pouco decepcionado com a cor, que parece um primer (aquela tinta que prepara a carroceria para a primeira pintura), mas o símbolo do escorpião (da Abarth) espalhado pela carroceria e o vermelho colorindo os retrovisores, faixas laterais e pinças de freio logo acabaram com a má impressão. O visual esportivo é completado pelas rodas de 16 polegadas, com pneus de perfil bem baixo (195/45 R16); saída dupla de escape, defletor de ar no teto e o extrator de ar.
PARA TIRAR ONDA
Ao entrar no 500 Abarth, a primeira constatação é a de que os bancos esportivos, forrados em couro, prendem bem o corpo do motorista, que certamente vai precisar disso. Aproveitando um ensolarado dia de agosto, coloco os óculos escuros e saio para a primeira volta. Já na porta da garagem, o baixinho me avisa para tomar cuidado com a pouca altura do solo, pois a frente raspa na entrada da rampa. Como o dia estava bonito, resolvi abrir o teto solar elétrico.
BASE ACHATADA
Me concentrei na direção, pois o volante esportivo (de base achatada), o ronco esportivo do motor – afinal, de que vale a saúde de um motor se ela não pode ser expressa sem som –, a alavanca de marchas próxima da mão direita do motorista e a pedaleira com cobertura em alumínio são um convite ao barato da adrenalina. Essa versão ganhou um reloginho do lado esquerdo do painel de instrumentos principal, que indica a pressão do turbo e incorpora um aviso luminoso que fica o tempo todo piscando, como se estivesse dizendo: “troque a marcha, troque a marcha, troque a marcha...”. Chega a irritar. Mas, para ajudar a relaxar, o 500 tem uma entrada USB, que fica junto à alavanca de marchas, e pude então conectar meu iPod e escolher uma boa música, que combinasse com o passeio.
FÔLEGO
A combinação baixo peso e bom fôlego do motor 1.4 Turbo, de 135cv, deixou o carrinho muito gostoso de dirigir, e de brincar, principalmente aquela brincadeira de deixar todo mundo para trás na arrancada no sinal. Mas o barato não está só na agilidade no trânsito urbano (quando é possível fazer isso, pois o trânsito de BH está cada vez mais caótico e mal se consegue espetar uma terceira). Na estrada, o ímpeto do 500 quando se carca o pé no pedal da direita garante uma boa dose de emoção. O câmbio tem relações bem adequadas à proposta esportiva do carro. Fiquei confiante depois da primeira curva fechada, pois o baixinho nem sequer se mexeu. A suspensão e os pneus de perfil baixo trabalharam de forma perfeita. Mas, assim que passei pelo primeiro buraco, fui alertado para o fato de que o passeio poderia acabar cedo, com um pneu cortado, pois esse 500 não tem estepe, apenas um kit de reparação.
BEM NA FITA
Bom, ao fim do passeio, dá para sacar que o 500 Abarth é um carrinho legal para tirar onda: a pintura primer pode parecer feia, mas toda a roupagem esportiva acaba deixando o baixinho bem na fita, pois a galera toda olha quando ele passa; e o desempenho garante uma boa curtição, com uma dose de segurança (airbags, freios ABS muito eficientes, etc.). Mas esqueça o resto! Até mesmo porque esse Abarth, que será vendido nos EUA em 2012, não vem para o Brasil.