A General Motors criou autêntica salada ao lançar o Vectra GT 2.0. Trata-se de um hatchback médio que, na verdade, não é um Vectra e nem um GT, já que não tem motor suficiente para ser classificado como esportivo. Ou seja, faltou o tempero. Com 2,61 m de entre-eixos (9 cm menor do que o Vectra, 2,70 m), o modelo tem a frente do sedã brasileiro e a traseira do Astra europeu. O conjunto agrada, mas fica a sensação de que o carro merecia algo mais.
Estilo
Apesar da mistura de estilos, o Vectra GT tem visual que agrada. A frente é marcada por faróis triangulares de dupla parábola, grade com friso largo cromado e faróis de neblina embutidos na parte inferior do pára-choque. O pára-brisa com inclinação acentuada e o teto arqueado conferem ao hatch aspecto de monovolume. A traseira tem estilo robusto, com lanternas em forma de gota, colunas largas e vidro pequeno, detalhes que comprometem a visibilidade em manobras de ré. O estilo esportivo é reforçado pelas rodas de liga leve aro 16 polegadas, calçadas com pneus de perfil baixo.
Interior
Por dentro, o Vectra GT tem acabamento de boa qualidade, com material emborrachado no painel. No centro, um visor digital informa temperatura externa, hora e calendário. Os instrumentos redondos com fundo preto são de fácil visualização. Por se tratar de uma versão GT, o visual interno é até muito comportado. Um dos atrativos do modelo é o GPS (navegador por satélite), que vem como item de série. Mas, inexplicavelmente, o componente não é embutido no painel e fica pendurado no pára-brisa, com a fiação aparente. Uma solução não muito boa para um carro dessa categoria. O equipamento acaba chamando a atenção de ladrões.
Espaço
O hatch tem espaço interno menor do que o do sedã. Quem vai no banco traseiro, sofre com a redução do entre-eixos. É ideal para quatro pessoas, já que, atrás, o túnel central incomoda. Aliás, ali falta o terceiro encosto de cabeça, mas há cintos de segurança de três pontos retráteis para todos os ocupantes. A posição de dirigir é boa, facilitada pelo volante com ajustes em altura e profundidade. O porta-malas não é dos maiores, mas atende.
Desempenho
O principal pecado desse hatchback é realmente a ausência de um motor mais potente, que justifique a sigla GT. O carro merecia sair de fábrica equipado com o 2.4. O antigo propulsor 2.0 da GM garante desempenho satisfatório, tanto na cidade quanto na estrada, mas está longe de proporcionar uma performance mais esportiva, com respostas mais ágeis. Funciona bem com álcool ou gasolina, mas é áspero em altas rotações. O câmbio tem engates macios e precisos e as relações de marchas foram bem escalonadas, contribuindo para o melhor aproveitamento da força do motor.
Dirigindo
É um carro interessante de dirigir, pois tem suspensões que favorecem a estabilidade, garantindo total segurança em curvas. Mas, por outro lado, o ajuste das suspensões aliado aos pneus de perfil baixo, contribui e muito para o desconforto no interior do carro, pois transfere para dentro as irregularidades do solo. A direção foi bem calibrada, facilitando as manobras e garantindo segurança em velocidades mais altas. O sistema de freios, com ABS e EBD (distribuição de força de frenagem), funcionou de forma eficiente.
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