O presidente da General Motors na América do Sul, Santiago Chamorro, declarou que prefere importar carros elétricos da China a fabricar os modelos no Brasil. A declaração aconteceu nesta terça-feira (8) durante o evento de apresentação dos novos Tracker, Onix e Onix Plus, além dos SUVs elétricos Spark EUV e Captiva EV.
Segundo o executivo, a importação dos elétricos é mais "rentável". Para exemplificar, Chamorro comparou o Chevrolet Spark EUV, importado da China e em pré-venda pelo preço de R$ 159.990, com o novo Tracker, modelo feito em Gravataí (RS) com valores entre RR$ 154.090 e R$ 164.490.
"Um Spark feito na China consegue ser mais rentável do que um Tracker, mesmo com os 25% de impostos de importação", afirmou o presidente da GM. Até a metade de 2026, vale pontuar, a tarifa subirá para 35%, em uma medida que visa frear a chegada de elétricos e híbridos importados.
Vale a pena produzir no Brasil?
Em meio a esse discurso, o presidente da GM foi questionado se ainda é viável fabricar no Brasil. "Vale a pena se conseguirmos um mecanismo que nos permita reindustrializar. Meu medo é deixar as coisas como estão porque a política industrial atual não é sustentável a longo prazo", respondeu.
No entendimento de Chamorro, os R$ 130 bilhões anunciados pelas fabricantes instaladas no Brasil não suficientes para reverter a situação. Assim, não está descartada uma saída da GM do Brasil. "Se você fala em industrialização, em outros países da América do Sul já tomamos essa decisão, como na Colômbia e no Equador, porque esses mercados abriram as fronteiras para o mundo", lembrou.
Apesar disso, o presidente da GM acredita que não é o momento de desistir do Brasil. "Uma indústria do tamanho do Brasil com tantos recursos naturais, competitividade e um mercado tão grande como o nosso… Vale a pena lutar sim", finalizou.
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